De Carlos Castro a Renato Seabra, um Portugal com a boca no cu

cu_na_mao As caixas de comentários estão cheias deles. O diagnóstico é simples: pessoal com a vida sexual mal resolvida, seja por uma coceira anal que pudor e preconceito impedem de assumir, seja por outra razão menos complexa e mais delambida. O crime passional do momento soltou-lhes a voz e abriu-lhes a alma. Uma bicha deixou de ser um humano: passou a ser a aberração que temem assumir ser, mas mesmo assim são. A prostituição masculina deixou de existir, foi promovida a fazer-se à vida. Quanto mais sórdido melhor. E como lembra o Eduardo Pittamuita gente se espanta que heterossexuais conspícuos e respeitados pais de família levem no cu.”

É assim Portugal. Carlos Castro, um tipo que ganhou a vida a cuscar a dos outros, numa das mais repugnantes funções sociais de algum papel pintado de cor-de-rosa, acaba devassado post mortem na sua própria castração, tendo a morte que merecia. Renato Seabra, o gandarês que os jornais confundem com bairradino numa geografia etílica, pode ser assassino mas homossexual nunca foi, esquecendo-se quem assim o avalia que nesse caso desce para a categoria de prostituto, uma profissão muito pouco respeitada entre nós, convenhamos.

Com isto anda entretido o país que adora meter o nariz no cu dos outros. Um país de castrados em vida, já sabíamos, sempre prontos a mandar palpites sobre a boa e má vida dos outros.

E andam p’los cafés como as pessoas / e vestem-se na moda como elas, / e de tal maneira domésticos / que até vão às mulheres / e até vão aos domésticos.

Porque como tão bem e também escreveu Almada Negreiros:

É que a Natureza é compensadora: / quem não tem dinheiro p’ra ir ao Coliseu / deve ter cá fora razões p’ra se rir.

De borla.

Comments

  1. Carla Simões says:

    Duas tristes amostras de ser humano. Por que se perde tanto tempo a falar disso?, é nos blogues, nos jornais, os telejornais não param. Muito sinceramente são-me ambos indiferentes, não consigo lamentar a morte (não a desejaria também mas), não consigo lamentar a morte de um mexiriqueiro que vivia de arruinar a vida de terceiros, com boatos, inconfidências e devassa da vida privada, e que se servia dos rendimentos chorudos e da fama para aliciar jovens para os seus prazeres sexuais. Cai quem quer? Ou são muitas as circunstâncias que levam a estes meandros de abuso consentido? Sociedadezinha de merda, bem porquita, e os media são só a repercussão desse fedor.

  2. sofia says:

    Adorei o blog..O Renato era prostituto como eu ,nao assumido.A minha mae pensa que lavo pratos en Londes,mas eu sou Escort …hehehe..Mas eu so saco dinheiro dos meus clientes ,ele Renato mata-os…Por isso tem que pagar pelo que fez…Sei bem o tipo do renato,modelo,estudante bla bla bla mas nas horas livres da o cu..tantos aqui..
    Enfim que pague ate ao ultimo dia na Cadeia..

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